Na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), no dia 04 de agosto, a taxa Selic teve o aumento de um ponto percentual, passando de 4,25% a.a. para 5,25% a.a. A previsão, conforme o boletim Focus, que reúne projeções de diversos economistas, é de que até final deste ano, esta taxa atinja 7,5% a.a. Mas, o que tudo isso significa? Vale mais a pena investir em renda fixa? Bom, vamos começar explicando suscintamente o que é a Taxa Selic e o que ela afeta: a Taxa Selic Meta é a que estamos nos referindo aqui. Ela é a taxa básica da economia do Brasil e é utilizada como parâmetro para outras taxas do mercado. Quando o Banco Central aumenta a Selic, está incentivando as pessoas e empresas a investirem seus valores no mercado financeiro o que resulta em menos dinheiro circulando na economia e, consequentemente, menor aumento de preços, o famoso “controle da inflação”.
Mas, como esse aumento afeta nos investimentos?
Ativos de renda fixa se tornam mais atrativos com a alta na taxa de juros, principalmente atrelados ao CDI (Certificados de Depósitos Interbancários, emitidos por Instituições Financeiras) - indexador que acompanha de perto as porcentagens da Selic. Os ativos mais comuns atrelados ao CDI são os RDCs (Recibo de Depósito Cooperativos,) CDBs (Certificado de Depósito Bancário) e a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio). A poupança também aumentará a sua rentabilidade, pois ela é atrelada à Selic, remunerando o percentual de 70% dela, caso os depósitos tenham sido realizados a partir de 05/2012. Títulos do governo, como o Tesouro Selic, também são beneficiados com a alta, mostrando-se também uma ótima opção.
Com a tendência de aumento da taxa de juros, existe também uma predisposição natural das pessoas que possuíam alocações em ativos de maior oscilação/risco, passarem a migrar tais investimentos para opções mais conservadoras/de menor risco.
Para aquela parcela dos investimentos que precisam ser resgatados rapidamente (com maior liquidez), a chamada “reserva de emergência”, é importante realizar a alocação para opções de menor risco, pois quando você precisar do recurso em curto prazo, as opções citadas acima possuem maior garantia e disponibilidade. Ah! Precisamos lembrar de que a reserva de emergência deve ser equivalente a no mínimo seis vezes os seus gastos mensais. Em contrapartida, para investimentos de médio e longo prazo (acima de 2 anos), deve-se considerar possuir uma parcela de seus valores em ativos de maior risco, isso porque se tornam mais atrativos devido a busca por superar a taxa básica de juros (Selic).
E em relação ao IPCA, que mede a inflação?
Em meio às pressões inflacionárias no país, os especialistas consultados passaram agora a ver alta de 7,05% do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 2021, de 6,88% antes. Para 2022, a estimativa subiu a 3,90%, de 3,84%. O IPCA é o índice oficial que mede a inflação em nosso país, e é calculado periodicamente pelo IBGE. O centro da meta oficial para a inflação em 2021 é de 3,75% e para 2022 é de 3,50%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. A Selic já está fazendo algum efeito e deve fazer mais ainda à medida em que o juro real ocorrer. Esse efeito, chamado de juro real, é causado quando a taxa Selic está acima da inflação. Além disso, alternativas como fundos de investimentos, títulos públicos atrelados à inflação e o mercado de renda variável continuam aconselháveis para diversificar a carteira do investidor em busca da melhor rentabilidade, já que a taxa ainda está distante de dois dígitos como antigamente e ainda não estamos em patamares de ganho real por conta dos atuais indicadores de inflação.
A melhor opção continua sendo ter bons especialistas ao seu alcance para aconselhar uma boa diversificação de investimentos de acordo com seus objetivos e horizonte de prazo estabelecidos, respeitando seu perfil de aversão a perdas e, claro, mantendo-o informado quanto a situação atual e projeções econômicas do nosso país.
Foto/Divulgação: Sicredi Serrana