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Brasil amplia liderança mundial em exportação agrícola, desbancando os Estados Unidos em milho e, em breve, no algodão
Brasil
Publicado em 27/09/2023

O protagonismo no agronegócio foi estampado no último relatório do departamento de agricultura dos Estados Unidos.

O Brasil se consolida, cada vez mais, como o maior exportador agrícola do mundo. O País, que já era líder nas vendas de café verde, carne bovina, frango in natura, celulose, soja em grão e açúcar, agora também é o maior exportador de milho, superando os Estados Unidos.

Para 2024 a expectativa é de ultrapassar os americanos também na produção de algodão, ocupando a terceira posição no ranking mundial, atrás de China e Índia. Com a colheita crescendo, o Brasil tem condições de se tornar o maior exportador da fibra no mundo, desbancando os Estados Unidos.

A liderança é decorrente de uma série de fatores. No mercado interno, o País tem batido recordes consecutivos na safra de grãos, resultado também do aumento da produtividade nacional. A tecnologia do plantio direto, a irrigação e o melhoramento genético dos cultivares já permitem que os agricultores brasileiros de forma geral consigam colher até três safras agrícolas por ano numa mesma área.

A quebra de safra nos Estados Unidos e na Argentina por causa do clima e a guerra na Ucrânia também explicam os números. A redução da oferta dos principais produtores abriu a perspectiva de aumento das exportações para a grande safra brasileira.

O protagonismo no ranking mundial do agronegócio foi estampado no último relatório do departamento de agricultura dos Estados Unidos, de 12 de setembro. Pelo documento, o Brasil exportou 57 milhões de toneladas de milho ante 42,29 milhões de toneladas dos produtores americanos no ano safra 2022/2023, que vai de agosto a julho. Na safra atual, o USDA projeta exportações de milho de 55 milhões de toneladas para o Brasil e de 52,07 milhões para os Estados Unidos.

No algodão, a perspectiva é a de que as vendas externas da safra 2023/24 dos Estados Unidos somem 2,67 milhões de toneladas, apenas 100 mil toneladas acima dos volumes exportados pelo Brasil (2,57 milhões de toneladas). No mesmo período, a expectativa é a de que o Brasil produza 3 milhões de toneladas de algodão, à frente dos Estados Unidos (2,859 milhões).

Em relação ao milho, na safra 2022/23, a produção total atingiu quase 132 milhões de toneladas, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Com a recuperação da produtividade nos Estados do Sul e do Mato Grosso, a safra foi 17% maior do que a do ano anterior, que já tinha sido recorde.

“Esse aumento da produção fomentou as exportações brasileiras”, afirma Tiago Pereira, assessor técnico da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

Depois de ser devastada por uma praga chamada bicudo, a produção de algodão no Brasil passou por grandes transformações nos últimos anos. Até os anos 1980, por exemplo, o Brasil era exportador de algodão. A fibra era produzida em São Paulo e no Paraná em pequenas propriedades e colhida manualmente.

Na produção, o Brasil vai passar os EUA no ano safra 2023/2024, segundo o USDA. A produtividade do algodão brasileiro é hoje de 1.900 quilos por hectare, mais que o dobro da dos Estados Unidos (900 quilos por hectare).

No caso do milho, as perspectivas também são promissoras. “No médio prazo não tem para ninguém, só nós, mesmos”, diz o diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Glauber Silveira. Segundo ele, até 2050, o Brasil poderá produzir 400 milhões de toneladas de milho por ano, impulsionado pelo aumento de área e ganhos de produtividade.

Os EUA podem ganhar em produtividade no curto prazo, mas o aumento de área será mais restrito. Isso porque, se ampliarem a área com milho, terão de reduzir a de soja. “Área e produtividade no Brasil não têm limites e, se o preço melhorar, muitos produtores que não estão plantando milho na segunda safra vão começar a plantar.”

Informação: O Sul 

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