Offline
Primeiro semestre de 2021 concentra mais de 70% das mortes por Covid-19 no RS
Região
Publicado em 05/07/2021

Período também tem mais da metade dos casos registrados no Estado

 

Mais de 70% dos óbitos por Covid-19 no Rio Grande do Sul aconteceram no primeiro semestre de 2021. Entre janeiro e junho foram registradas 22.339 mortes em decorrência da doença, o que representa 70,45% do total de 31.709 vítimas fatais desde o início da pandemia no Estado. O aumento no número de casos também impressiona. Em todo o território gaúcho foram confirmados 717.733 casos entre 1º de janeiro e 30 de junho de 2021, o que representa 58,31% do total contabilizado pela Secretaria Estadual da Saúde (SES-RS) desde os primeiros registros da pandemia no Estado até a tarde de ontem, que era de 1.230.739 diagnósticos positivos.

Em Porto Alegre, o percentual de vítimas fatais foi de 59,40% nos seis meses deste ano em comparação com o total já registrado: foram 3.056 óbitos em 2021, do total de 5.144. Em seis meses, a Capital registrou 71.091 casos positivos do novo coronavírus, o que representa 44,95% do total de 158.154 diagnósticos da doença desde o início da pandemia. Além do balanço total dos primeiros seis meses de 2021, outro dado significativo foi o crescimento acelerado verificado em março. No Estado, dos 22.339 óbitos ocorridos em 2021, 8.263 foram registrados em março, ou seja 36,98% do total. Na Capital, 25,92% das vítimas fatais por Covid-19 de 2021 faleceram em março.

De acordo com o cientista de dados e coordenador da Rede Análise Covid-19, Isaac Schwartzhaupt, estamos vivenciando uma situação totalmente diferente em 2021 em comparação com o mesmo período do ano passado. No inverno de 2020, segundo ele, estávamos no início da transmissão comunitária da Covid-19 e a doença começava a se espalhar pelo interior do Estado. "Era um momento em que as cidades estavam confirmando os primeiros casos e aprendendo a lidar com a doença", afirmou.

Segundo ele, o maior estouro da pandemia até o momento foi verificado entre fevereiro e março deste ano, principalmente por conta do aumento da mobilidade das pessoas e do espalhamento da variante gama, que é mais transmissível e não era verificada em 2020. "São vários fatores acontecendo nesse período", declarou. Além disso, Schwartzhaupt comentou que a implantação da bandeira preta no território gaúcho por um período reduziu a velocidade de crescimento dos casos e, com as novas flexibilizações, os indicadores começaram a preocupar novamente.

"Muito da queda de hospitalizações e também da redução de óbitos dos últimos meses, desde abril, podem estar relacionadas com o avanço da vacinação que também é um fator diferenciado. Como estamos vacinando quem mais morre primeiro, que são os idosos e os grupos de risco, realmente agora verificamos um reflexo da aplicação dos imunizantes", enfatizou. Mesmo assim, conforme ele, a cobertura vacinal ainda é muito baixa. "Mesmo em países como Reino Unido e Israel, que mesmo com 50% ou mais da população vacinada, não estão conseguindo lidar com a variante delta da Covid-19", reiterou.

Todas as transformações que ocorreram do final de 2020 até agora podem justificar a diferença nos indicadores, principalmente porque no primeiro semestre do ano passado a pandemia estava iniciando e as medidas de enfrentamento também estavam sendo desenhadas. Porém, ao longo dos meses, com as flexibilizações das atividades e consequentemente aumento da mobilidade, os casos confirmados, assim como os óbitos e as hospitalizações começaram a aumentar. Nos últimos meses, os reflexos positivos podem estar relacionados com o avanço da vacinação.

 

Informações: Correio do Povo

Comentários