Offline
Projeto de aluno da UCS vai fornecer assistência jurídica para mulheres vítimas de violência doméstica na Serra
Região
Publicado em 27/07/2022

Atendimentos devem iniciar até o fim de agosto no Campus de Nova Prata. Intenção é fornecer apoio psicológico em um segundo momento

Um projeto pioneiro de um acadêmico da Universidade de Caxias do Sul (UCS) vai levar acolhimento, conscientização e assistências jurídica e psicológica para mulheres vítimas de violência doméstica da Serra. Denominada Rosas UCS, a iniciativa idealizada pelo estudante Willian Bussolotto Bocalon deve ser colocada em prática já no próximo semestre, no Campus de Nova Prata. 

O estudante conta que a ideia surgiu após ele se sensibilizar por casos de crimes contra as mulheres noticiados recentemente. Criado em um meio bastante feminino, junto à mãe, avós e bisavós, o jovem resolveu transformar o sentimento de insatisfação em algo prático, e levou a proposta para a coordenação do curso e do campus. A ideia foi imediatamente bem-recebida e amadurecida juntamente com os docentes da área. 

— É um projeto que visa estender os braços para que as mulheres se sintam confiantes para procurar a universidade, procurar os alunos participantes para serem acolhidas e conseguirem denunciar (os agressores) — detalha Willian, que está no sexto semestre do curso de Direito. 

O projeto Rosas UCS vai funcionar no mesmo espaço do Serviço de Assistência Jurídica Gratuita (Saju) da UCS em Nova Prata. No local, as mulheres poderão buscar, inicialmente, assistência jurídica junto aos estudantes de Direito selecionados. Tratativas também já estão sendo feitas para que, em um segundo momento, haja atendimento psicológico no mesmo espaço. 

Além disso, o trabalho estará ligado há iniciativas já existentes na cidade, ligadas ao poder público, como o Centro de Referência de Assistência Social (Cras). Há cerca de 15 dias, o projeto foi apresentado a representantes do Executivo.

— Hoje o município possui uma rede de acolhimento, mas é mais voltada a questão da assistência social. Eventualmente, até há o abrigamento destas mulheres. A ideia, com o serviço do Saju e dos estagiários, é tornar essa rede cada vez mais completa e interligada, oferecendo o suporte e encaminhamento judicial a estas pessoas — explica o coordenador do Saju de Nova Prata, Carlos Francisco Buttenbender.

Além do município sede, o acolhimento será direcionado para mulheres em situação de vulnerabilidade em sete cidades da região, como André da Rocha, São Jorge e Nova Bassano. 

Integração alunos X comunidade

Além dos atendimentos jurídicos, os alunos participantes do projeto vão atuar em palestras e oficinas de conscientização, tanto no Campus, como em escolas de Nova Prata e região, além de rodas de conversa com mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. A proposta também prevê a criação de grupos de estudos sobre o assunto. 

No momento, segundo a docente e coordenadora do curso de Direito em Nova Prata, Jussara de Oliveira Machado Polesel, o edital de chamamento dos alunos está sendo revisado para ser publicado. Após, os interessados poderão fazer a inscrição e passarão por uma capacitação. A expectativa é começar os atendimentos até o final de agosto.

— O mais importante deste projeto é o envolvimento dos alunos. Eles vão adentrar com os conhecimentos práticos junto à comunidade — ressalta Jussara. 

Inicialmente, o Rosas UCS vai integrar cinco alunos do curso de Direito que já tenham cursado as disciplinas de Direito Penal e a cadeira de Formas Consensuais de Solução de Conflitos. A partir da experiência de Nova Prata, a ideia é expandir, futuramente, a iniciativa para os demais campus da universidade.

Informação: Pioneiro

Comentários