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Serra deve ter aumento progressivo mais lento e sem pico de casos de coronavírus, diz infectologista
06/05/2020 10:50 em Região

Perspectiva leva em consideração continuidade de medidas em que o distanciamento social continua, ainda que de maneira mais branda

 

As medidas de isolamento social tomadas entre o final de março e em abril trouxeram resultados positivos para a Serra Gaúcha no combate à pandemia de coronavírus e mesmo as normas mais brandas que seguem em vigor colaboram para a perspectiva de um cenário sem pico da doença que levaria ao esgotamento do sistema de saúde. Esse é a avaliação da médica Lessandra Michelin, diretora da Sociedade Brasileira de Infectologia e professora do curso de Medicina Universidade de Caxias do Sul (UCS), que concedeu entrevista ao Gaúcha Hoje da rádio Gaúcha Serra nesta quarta-feira (6).

Segundo ela, a projeção é de aumento progressivo da doença nos próximos meses, com o maior número de casos em junho. Essa perspectiva está ligada ao fato de que o mês costuma ser o mais frio do ano, o que normalmente traz um aumento do número de casos de doenças respiratórias. A infectologista salientou que chegou a se projetar um pico em abril na Serra por causa da situação nacional. Com as medidas de isolamento social, isso não ocorreu em um momento que, de acordo com a médica, poderia ser altamente crítico, já que se enfrentou até mesmo dificuldade para comprar equipamentos de proteção individual, como máscaras, para os profissionais de saúde.

— Na medida que o comércio voltou, as indústrias voltaram, o número de casos aumentou. Mas ainda de forma controlada, porque as pessoas continuaram fazendo sua parte. Não vai ter pico, mas aumento progressivo mais lento, aí por junho.

A infectologista destacou que pesquisa liderada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que já realizou duas rodadas de testes em Caxias do Sul, sinaliza que a cidade da Serra ainda não teve um alto número de infecções pelo coronavírus. Isso significa que a população ainda é vulnerável à covid-19. Portanto, para se evitar uma expansão drástica da doença, seguem necessárias medidas como uso de máscaras, etiqueta respiratória, e que se evite o contato social desnecessário e as aglomerações.

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