Presidente Luiz Carlos Bohn assegurou que a entidade seguirá ao lado dos empresários para mitigar os impactos da crise
A necessidade da retomada do equilíbrio fiscal em 2021 é fundamental para o Brasil. A pandemia impactou fortemente o cenário econômico, alterando diversas das projeções para 2020. Menor atividade econômica ocasionada pela quarentena, desemprego, queda do PIB, desvalorização do câmbio e aumento dos gastos públicos marcaram este ano. O setor de comércio e serviços foi um dos mais impactados pela pandemia da Covid-19, embora tenha apresentado uma retomada a partir do terceiro trimestre. As análises foram feitas pelo presidente da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado (Fecomércio-RS), Luiz Carlos Bohn, e pelo economista Marcelo Portugal, que nesta quarta-feira participaram de uma entrevista coletiva online de fim de ano do Sistema Fecomércio/RS/Sesc/Senac.
A expectativa do setor é que o governo termine o ano com R$ 845 bilhões de déficit primário, o que representará 11,7% do Produto Interno Bruto (PIB). Com isso se soma a necessidade de pagamento de juros e foi observado em 2020, um aumento expressivo da dívida pública.
O presidente da Federação, Luiz Carlos Bohn, alertou para a necessidade urgente da retomada do equilíbrio fiscal em 2021. “Os desafios para o próximo ano são diversos. Esperamos que os governos estadual e federal façam a sua parte controlando o crescimento da dívida pública, com a retomada do teto de gastos visando o equilíbrio fiscal. A Fecomércio seguirá ao lado dos empresários a fim de mitigar os impactos da crise, dialogando com os deputados e apoiando medidas como a reforma administrativa, tão necessária para a recuperação do país”, ressaltou.
Bohn acredita que muito do cenário econômico será ditado em 2021, como ocorreu em 2020, pela Covid-19 (novas ondas da pandemia e vacinação) e pelas medidas de quarentena adotadas pelos governos. No entanto, a análise da federação aponta para a necessidade de o país voltar à normalidade fiscal. Ou seja, determinar e respeitar o teto de gastos, estipular e cumprir meta de superávit primário e fazer com que a política econômica volte à normalidade.
Caso contrário, teremos aumento da inflação, câmbio alto e desemprego ainda bastante elevado. A entidade prevê, ainda, que o crescimento do PIB nacional em 2021 seja de 3,2%, enquanto para o PIB do Rio Grande do Sul a expectativa é de crescimento de 2,5% no próximo ano. Para o comércio, a projeção é de 2,5% e dos serviços de 3,5%. A inflação medida pelo IPCA deve ser de 4,0%, e os juros devem chegar a 3,75%. Também estima-se que o câmbio chegue a 5,0 R$/US$ ao final de 2021.
Na divulgação do balanço anual, a Fecomércio/RS destacou que atuou fortemente ao lado dos empresários gaúchos a fim de minimizar os impactos causados pela Covid-19. Como entidade representativa do setor terciário gaúcho, os desafios estiveram em atuar liderando um dos setores mais impactados neste ano.
Assim, propôs um protocolo de saúde para que as empresas pudessem abrir com segurança e conquistou o direito de as atividades comerciais operarem com tele-entrega e take away no início da pandemia. Defendeu a negociação do ECAD, a suspensão do ISS e ICMS, e apoiou o projeto de liberação de recursos e flexibilização de garantias para crédito emergencial (Pronamp). A entidade diz que a liderou os debates sobre o piso regional gaúcho e seu impacto negativo sobre os negócios e os empregos.
Pelo viés das relações de trabalho, a Federação atuou na aprovação das medidas provisórias de flexibilização trabalhista e conseguiu negociar as datas das negociações coletivas. Também entrou com pedido judicial para que as empresas não sofressem suspensão dos serviços de telecom e suspensão dos serviços de energia elétrica, por inadimplência, durante o período de suspensão das atividades, obtendo êxito nas propostas, ao conquistar medidas liminares.
Informações Correio do Povo