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Número de casos de covid-19 deve aumentar no Estado antes de reduzir
Região
Publicado em 02/03/2021

Especialistas apontam restrição de circulação e uso de máscara como principais medidas para conter a transmissão

 

Especialistas, tanto de área de análise de dados quanto da saúde, concordam que a situação da pandemia ainda vai piorar antes de melhorar no Rio Grande do Sul. É que o aumento do contágio está diretamente relacionado ao comportamento social. Quanto maior a circulação de pessoas, maior o contato entre elas e maior transmissão do vírus. Ainda mais considerando a nova variante que, as autoridades já demonstraram, tem velocidade de propagação maior. Esse foi o raciocínio que norteou a implementação da bandeira preta em todo o Estado no último sábado. O que o governo pretende com as medidas restritivas é reduzir a circulação para conter a proliferação da doença.

O problema é que os casos contabilizados agora ainda são reflexo do movimento de semanas atrás e eles devem continuar surgindo por muitos dias. Ou seja, estamos em uma crescente de contaminação. Leva um tempo para que as restrições causem efeito na curva de disseminação da doença. O que se projeta é que a curva deve seguir crescendo um tempo, mas que essa taxa comece a diminuir, até que a curva estabilize para, por fim, começar a descer.

Para o cientista de dados e coordenador da Rede Análise Covid-19, Isaac Schrarstzhaupt, seria preciso no mínimo 15 dias de restrição à circulação para que se comece a perceber um arrefecimento. Ainda, segundo ele, é preciso que a comunidade atenda ao apelo e saia apenas para o estritamente necessário, mesmo assim mantendo distâncias recomendadas e utilizando a máscara de forma correta. Enquanto isso, a projeção é que tenhamos mais casos e, com isso, o agravamento da situação do atendimento da rede hospitalar, que já atua além da capacidade em Caxias do Sul.

– Se a pessoa contraiu o vírus hoje, vai começar a transmitir daqui a três, quatro, cinco dias. Se passar para as pessoas da casa dela, para esses, o prazo de 15 dias vai começar a contar daqui a cinco dias. Por isso, essa cadeia do contágio acaba aumentando a duração necessária para restrições de circulação. As pessoas que se infectam durante o período de restrição incubam (o vírus) e saem contaminando outras depois do fim da restrição. Aí, a queda (de casos) não se sustenta. As pessoas têm de ficar longe umas das outras, essa é a mensagem. Quanto mais longe umas das outras pelo maior tempo possível, menor a chance de que elas, caso estejam contaminadas, infectem outros – pondera Schrarstzhaupt.

 

Informações: Pioneiro

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