Para o Copom, "perseverar o processo de reformas e os ajustes na economia são essenciais para a recuperação sustentável do país"
A taxa básica de juros da economia subiu de 2,75% para 3,5% ao ano pela segunda vez consecutiva, de acordo com decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), do BC (Banco Central), divulgada no início da noite desta quarta-feira.
Analistas de mercados já aguardavam a elevação de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros e esperam um aumento gradual ao longo de 2021. A expectativa dos especialistas é de que a Selic feche o ano a 5% ao ano.
Até março, a taxa básica de juros vinha registrando uma série de quedas desde julho de 2015 e a sequência de reduções consecutivas desde julho de 2019, chegando ao menor patamar da história.
A alta da inflação e as incertezas da economia por causa das crises financeira e sanitária geradas pela pandemia de coronavírus levaram à decisão do Copom.
Período não é o ideal para aumento
Apesar de já esperar a alta de 0,75 ponto percentual, o economista André Braz, coordenador do IPC do FGV IBRE, diz que o período não é o ideal para elevar a taxa básica de juros.
É estranho elevar a taxa num momento que a economia está patinando, está ruim. Existem outros mecanismos que vão pontualmente em setores estratégicos estimulando a concorrência e forçando a redução de preços.
O economista cita dois exemplos: Desonerar a importação para algum setor específico poder equipar melhor a indústria nacional e forçar queda de preço; Aumentar a carga de impostos de setores que têm monopólio como forma de punição.
“Temos mecanismos e acessórios não tão potentes quanto a Selic, mas para conter o aumento inflacionário que não vem de demanda, mas de custos, estão apostando muito na taxa básica de juros”, pontua.
Informações: Correio do Povo